29 de agosto de 2009

Sempre que não vês

Há que procurar sempre nos bolsos.

23 de agosto de 2009

Beco


Lá estava sentada num candeeiro, a chuva já não caía, mas tudo que o que recebia o toque humano apercebia-se húmido e frio. A nostalgia ideal para uma noite de inverno, tudo era a preto e branco sem necessidade de câmara fotografia, ou câmara escura. Sempre que uivava um vento nos seus cabelos, ao contrário à natural humanidade, um calor intenso concentrava-se nos seus lábios e no seu peito. Como poderia estar ali sentada até à madrugada, simplesmente a ouvir e deixar-se aquecer pelo vento. A uma certa altura apercebeu-se que não sentia mais ar veloz na nuca, mas sim uma melodia em pianíssimo. De onde viria não a preocupava, qualquer feito de magia podia ser esperado ali, o súbito estalar de notas nos velhas pedras das casas realmente era de venerar, mas ali não precisou, simplesmente encaixou na noite, uma melodia em pianíssimo, a ecoar com os tons graves do vento nas estreitas vias da noite.

21 de agosto de 2009

Ponto de Fuga


Acho que sempre me senti no meio, entre as ideias e as rochas. Uma mão dada a Platão e outra a Aristóteles, sempre me senti confortável alternando o céu e a terra, ou devo dizer céu e inferno, não sei, talvez nunca tenha levantado o pé da relva , pergunto-me para qual lado vou eventualmente deslizar.

20 de agosto de 2009

O que eu canto

Quem diria que um dia voltava a ver raquel.
Fiquei parado e pouco lhe falei.
Há tanto não te via, julgava até já ter estancado a hemorragia.
Mas ao que eu vejo o tempo não passou.
Como era bom, contar-te o que eu sentia, mas vejo que a conversa vai de ficar para outro dia.
Por hora só me sai Raquel.


Raquel, Manuel.

19 de agosto de 2009

Maresia

já sentiste no mar o cheiro de alguém?

17 de agosto de 2009

A história continua

Talvez devia contar-vos do que esta história se trata.
trata-se de uns quantos jovens, que juntam um grupo, e decidem ir viver para o deserto, longe de toda a gente.
E todas as noites, eles acendem uma fogueira, e eles cantam músicas, e falam, do que estava acontecer, no meio de tudo aquilo.




Lions in the street and roaming
Dogs in heat, rabid, foaming
A beast caged in the heart of a city
The body of his mother
Rotting in the summer ground
He fled the town

He went down South and crossed the border
Left chaos and disorder
Back there over his shoulder

One morning he awoke in a green hotel
With a strange creature groaning beside him
Sweat oozed from its shining skin

Wake up!
You can't remember where it was
Had this dream stopped!?

16 de agosto de 2009

The lizard king announces

Alright listen man, we got a special treat for you right now.
This is a little tour de force, that we have only done, a couple of times in front of strangers. And, it starts of kinda quiet so if everybody would just relax, take a few deep breaths, think about your eventual end and what's gonna happen tonight. We'll try to do something good to your head, 'right then?
(applause)

I don't know if you are aware of it, but this whole evening is being tapped, for eternity, and beyond that too. And so listen man, if you want to be represented in eternity with some uncouth language, I suggest you stand in the top of your seat and shout it out very clearly or we're not going to get it on tape, 'right?

Don't worry the operation won't take long and you'll be much better in the morning.



e assim a história começa.

13 de agosto de 2009

Filosofias de Circo

Maurice não fala. Senta a sua estrutura sólida no arame, hirto, um elemento canónico da paisagem. Pintado no fundo do quarto, apresenta tons vermelhos banhados pela luz velha e amarela. Como estás Maurice? Como foste acabar sendo um cabide Maurice?


Silencioso como lhe é natural, sonha com os tempos de outrora em que era o rei, e o palhaço. As crianças olhavam-no, admirando-o, contemplando-o, como que um ser de outro universo. Sentia-se dono de uma elegância e carisma próprias de um herói mitológico. Desprezava-me, considerando-me um obstáculo à sua criação, bons tempos.


Agora apenas existe, servindo de cabide.


Quem é Maurice? eu, ou o monociclo?