23 de dezembro de 2009

de Deus

Ele não é louco, ele sabe o que pensa, e não pensa no que pensa.



E BASTA! SIGAMOS COM A DEMONSTRAÇÃO!



o truque não é exposto a montra para todos verem, comprarem e criticarem de forma filosófica/argumentativa, é preciso limpar o pó com cuidado das palavras para as conseguir entender, e mesmo assim, a certeza de que as bebemos cristal, é ainda, areia. Mas tentado a ler teatralmente o diagnóstico, digo, e tenho dito, ele não é louco, a capacidade total da obsessão por algo que nós, vulgares, banais seres que vagueiam pelas sarjetas da humanidade poderíamos chamar insignificante, a capacidade de pensar nessa tal peça isenta de qualquer requinte contemplativo ao ponto de chorar pela miséria que nos causa observa-la sem a compreender, sempre será a verídica obsessão.



A loucura é algo sem desejo de se concretizar por um agente, não a levar artificialmente.

13 de dezembro de 2009

Atentado à metropole

É de fazer notar, a solidão com que um caminha pela cidade, pois esta a mim se consente com uma simplicidade, que apenas pela sua observação parece conferir uma liberdade e imaginação incondicional ao que a atravessa, e definitivamente afectada pela noite. tudo que coberto pelo véu da escuridão se torna distante, e embora o desaparecimento momentâneo de uma estrela seja completamente natural e previsível, a surpresa de encarar a noite todos os dias continua a romper o asco constante da atitude quotidiana, ao seguir automaticamente, qualquer estrada, rua, e pensamento, a noite, suprema esfinge opõem-se diante o peregrino, e interroga a sua existência, e não lhe permitirá a passagem sem que este responda, não necessariamente de forma correcta, se é que podemos chamar a uma resposta tal, mas que apenas responda, e delineie o seu caminho, assim possa tomar partido dos seus passos, que estes sejam os últimos a dar por mim, ou por ti.


A escolha foi diferente, um caminho onde luzes cor-de-laranja por vezes intermitentes se misturavam com as próprias cores da ferrugem que ao longo de décadas se havia depositado em tudo, nos veios da calçada, nos azulejos, nas paredes da fábrica, e particularmente naquela rua, na própria luz havia um tom de pó químico implícito em qualquer tipo de radiação. e finalmente fui acometido de um sentimento de coragem para parar no meio de todo aquele silêncio, ancorar subitamente a força inconsciente que me constantemente move por tudo o que faço, nada encontrei, mas de nada estava à espera, e foi a escolha do caminho que determinou este episódio aparentemente, mas só aparentemente desprovido de qualquer nexo, mas é por isto, e por tudo mais que nego a cegarrega " é só mais um dia ".

8 de dezembro de 2009

Registo Pornográfico

É dificil para mim pensar no quer que seja como uma possível grafia, acho que a única verídica grafia foi recordada apenas da memória de quem a imaginou. A partir do momento que a oportunidade de movimento surge, a escrita morre, e consideremos o acto da fala como uma vibração de elementos que eu gosto de classificar como movimento.


Nota, deixar de me impor como modelo da humanidade, imponho-me a mim próprio, e acho isso suficiente, hoje gritei na rua:

-SÃO TUDO MENSAGENS SUBLIMINARES!

uma pessoa de óculos de sol que passeava o seu bebé respondeu-me adiante alguns momentos de silêncio.

-A mensagem era para mim?

Meu querido senhor, "A mensagem é para quem a quiser ouvir".

daqui a ideia de que nem todos querem pensar como eu , ou como ainda outros pensam. E que assim seja, estou disposto a contar histórias a quem desejar ouvir e ver o que digo.



o jogo entre a tradução permanente de pensamentos e línguas é realmente uma mensagem, talvez não subliminar, mas sublime.


A falar, desmaterializo a poesia, e se apenas nesta alimento a sede de prazer, miséria, loucura, a razão de falar torna-se em termos teóricos absurda, em termos práticos insignificante. Gosto de viver com o absurdo e acho que não existe significância, por isso falar, além de desmaterializar a poesia, de aniquilar as suas bases e dogmas (subliminar), concretiza cada movimento, cada oscilação de todo este naco de energia, cada pensamento, cada morte e vida, cada folha, cada livro, cada cada, tudo, tudo e mais se torna, e sempre foi poesia.



O pano desta encenação não é negro, mas translúcido, o acto nunca realmente acaba.