31 de março de 2010

Até

Por fim vou tentar ser uma sombra.









Este blog vai-se extinguir, quero tornar as coisas mais raras, e por isso peço perdão a quem segue este pedaço de internet, no entanto deixarei os textos presentes intactos por enquanto , para quem os quiser visitar, apenas deixarei de aqui escrever.
Bem hajam humanos!

14 de março de 2010

Raiar

A grande queda do íngreme pedestal que para ti representava uma iluminada inspiração começou após cinco batimentos em compasso binário, o percussionista contava. Até então, um passo atrás do outro, nada a pensar de quem passava entre a porta, dirigindo-se ao dia, mas bradiste um primeiro olhar ao tecto que prometeu mais do que o habitual ar fresco, no entanto, ainda não se revelava o já inquietante enredo, pois voltaste a cair na fonte da tua morte sensorial, lá todos aplaudiam ocorrências épicas, apenas visíveis nas tuas articulações verbais nervosas e excitadas.


Durante a passagem de planas e azuis nuvens, o percussionista conteve-se, receava perturbar os raios de luz que trespassavam as lâminas do seu vibrafone ao provocar investidas bruscas e imprevisíveis no instrumento, e nos objectos circundantes.


Olhos abertos, a jornada recomeçou, e ainda mais havia para esperar das tuas decisões perturbantes, que agora deixavam as nuvens ainda mais agitadas, apesar dos esforços do teu camarada. Sem conseguir devanear pelas divisões, tentaste compreender em vão o facto de estares a conseguir andar sem saberes que o fazias, e tudo isto se manteve como um som sinusoidal, que ilude o ouvinte a regressar ao infinito, tudo isto se manteve, até encontrares um pilar, aí, em vez de caíres, encostaste a mão direita à mármore, e apercebeste-te que a tua mente seduz-se a ela própria, e sem essa demente acção, não conseguiríamos fugir para sempre.