22 de abril de 2009

Fluxo

Glossário 1:

Empirismo . a filosofia que determina o conhecimento e consciênca pela experiência sensorial humana.

E, não é a base de tudo? Todo o caminho que o humano percorre, aprende com a sua experiência de todos os seus sentidos, incluindo a sua perfeita junção com o intelecto e reflexão individual. Não vou estar com mais filosofias de merda e estruturas de frase elaboradas, e vou-me dirigir ao meu propósito , o qual pensei inicialmente para esta mensagem.

Na minha opinião, todos vivemos num fluxo. Um fluxo, quem sabe interminável. Refiro-me claro, ao chamado «tempo», de tanta teoria esta palavra tornou-se uma noção bastante esbatida em si própria, acham que existe um tempo presente? como o definem através dos vossos sentido? Podem dizer que quando vejo algo a contecer vejo essa coisa a acontecer no presente, quando ouço algo , ouço essa coisa no presente, quando sinto algo, sinto essa coisa no momento exactamente presente. Todas estas noções partem de um empirista cego da realidade, pois quando eu vejo algo a acontecer, digamos a minha mão a mexer, o raio de luz que chegou ao meu olho , demorou um certo ( muito curto ) período de tempo a chegar ao meu olho, e portanto posso afirmar que estou sempre a ver o passado, pois tudo o que vejo é luz reflectida em objectos. Se ouço alguém a chamar-me , o mesmo caso ocorre , apenas substituimos o raio de luz por uma onda sonora, e o meu olho pelo meu ouvido, estou também a ouvir vozes do passado. Por incrivel que pareça estou também a sentir algo que já não faz parte do momento presente , quando toco na suave e alva pele de uma musa, pois o impulso nervoso dos meus nervos sensoriais nas pontas dos meus dedos, também demora o seu tempo a chegar ao meu cérebro.

Ficamos portanto, presos em muitas diferentes realidades , em muitas dimensões.

Ainda bem que tudo isto é uma filosofia de merda, senão, ficaria seriamente preocupado.

19 de abril de 2009

Verbalizar

Pensa sem palavras
Quero ouvir esse doce som vazio
Um silêncio a ecoar na tua mente
Ausência de liguagem
Presença de nada
Como te sentirias então?
Sem essa música
Delirante som da loucura,
Como existes no ar,
insurdecedora
No entanto súbtil e bonita.
Como tão poucos te escutam
E reconhecem a tua essência
Agora, apenas te canto um suave verso
Sente os lábios quentes tocando a tua orelha.
Somos surdos.

Henrique Apolinário

11 de abril de 2009

Surpresas da pesca

Não tinha dado nada.

Preparava-me para voltar para casa, mas resolvi atirar a linha uma última vez.
Senti um esticão bem forte. Segurei firme e comecei a enrolar o carreto com cuidado, devagar. E não é que vejo vir um nazi no anzol! Um nazi bem bom, dos grandes! Fiquei admiradíssimo, tinham-me dito que já não havia. Tratei de o tirar com o auxílio do camaroeiro e fui verificar imediatamente. Era mesmo. General e SS, calculem! Com boné, medalhas, suástica e tudo. Vá lá uma pessoa acreditar no que lhe dizem! Meti-o logo numa lata, enquanto estava fresco, e despachei-o para a Peixaria Nacional. Lá devem saber o que fazer com ele. A mim, francamente, não me serve para nada.

Mário Henrique Leiria

7 de abril de 2009

Pedras rolantes

Todos anseamos ser livres. E pensando ser livres, deixamos de ansear. Pensamos ser independentes, de autoridade, de vicios, de sociedades e sistemas. Pois quem pensa, muitas vezes não é, aqueles que pensam em ser, interrogam-se entre o pensamento e o ser, e neste labirinto perdem-se, sem nenhuma acção ou reacção. A pensar morreu o burro, como velhos e cínicos professores costumam dizer.


Liberdade é impossível, a vida é uma dependência, aceitar o facto é a crua essência da liberdade.


É quando perdemos tudo, que estamos livres de fazer alguma coisa.