levantai-vos agora ou nunca, filhos da alvorada. Ébrios, percorram os frios veios do granito da calçada. Acabarão sempre com o sabor de pó e cinza nos lábios, na suplica de ter força para erguer a cabeça. Nada adianta contra a vontade do relógio que se mantém imponente no centro da lua, a essas profecias embriagadas nada tenho a contrariar, mas nada tenho a acreditar da mesma maneira. As folhas aparecem de madrugada, dão a sombra que sempre o hábito domina, de noite tudo são viçosas pétalas a raiar pedaços minúsculos de luz, numa panóplia de cores, poucos se agarram ao seu cheiro.
Os que não o fazem, acordam.
Sou o velho que dorme no telhado da torre dos sinos, nunca lhes toco, tenho outros instrumentos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Gosto também eu de me agarrar a cheiros e talvez por iso, também eu durma.
ResponderEliminaro meu quarto cheira a oriente e incenso. está tão bom.
ResponderEliminarNeste caso torna-se escravo das leis, esmorecendo.
ResponderEliminarepa, a mim acontece-me muito em tempo de aulas x) tens sorte. os meus amiguinhos gostam de dormir até ás duas da tarde e isso a mim faz-me confusão, por isso ou acordo com o bebé do vizinho de baixo (ás sete da manhã), ou por mim, que é duas horas mais tarde.
ResponderEliminaradoro quando num texto penso em várias coisas.
ResponderEliminara forma como ele se quebra.
no início lembrou-me uma revolução onde já se sabe que se vai perder, mas apenas pelo sabor da luta, revolta e liberdade continuam a andar.
o cheiro acalma as suas mentes perturbadas, os seus medos e desejos.
dorme.
não sei se durmo ou se estou acordada, acho que me encontro no meio. confusa e com sono, mas ao mesmo tempo desperta para o mundo.
um velho, lembra-me histórias e sabedoria da vida que ainda não vivi.
Gostei muito deste texto. Muito.
ResponderEliminaro céu.
ResponderEliminar"não consigo viver neste mundo, onde apenas vejo manchas humanas.
então durmo para que tudo se desvaneça.
mas quando acordo tudo continua igual.
excepto o desespero que plantado no meu peito, apenas voltou a crescer."
o sono e a esperança, como tudo podem criar alegria passageira ou mágoa duradoura.
mas a beleza e a incerteza da vida derivam disso, da verdade de que tudo tem um oposto e apenas aconchega a dor e não a elimina; apenas cria alegria e não a preserva.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarnão peças desculpa, por algo que não necessita ser perdoado.
ResponderEliminarnão entendi o significado de "estou a começar a ver as coisas de uma nova maneira."
mas talvez não seja suposto eu entender
quando escreves acrescentas algo ao mundo, henrique.
nunca pares de escrever.