21 de agosto de 2009

Ponto de Fuga


Acho que sempre me senti no meio, entre as ideias e as rochas. Uma mão dada a Platão e outra a Aristóteles, sempre me senti confortável alternando o céu e a terra, ou devo dizer céu e inferno, não sei, talvez nunca tenha levantado o pé da relva , pergunto-me para qual lado vou eventualmente deslizar.

12 comentários:

  1. costuma-se dizer "no meio está a virtude". não sei se acredito nisso, penso que o ser humano tem muito mais tendência a viver de extremos..

    pés na relva é bom demais :)

    ResponderEliminar
  2. o meio é uma escolha sensata.

    podemos concordar com os extremos e tirar partido do que ambos tem de melhor.

    colocarmo-nos numa posição extremista á não só difícil como inflexível.

    o meio é confortável, porque não temos necessariamente de escolher um extremo e pensar nos motivos e argumentos que nos levaram aquela escolha.

    mas é muito mais interessante, porque conseguimos uma melhor perspectiva de ambos os extremos e porque nos permite realizar uma melhor escolha no final.

    não entendo é porque não podemos permanecer sempre no meio, talvez porque no meio não se realize progresso e apenas podemos reflectir sobre os desenvolvimentos dos extremos.

    ResponderEliminar
  3. as falas provêm do filme Silk.

    o que acho interessante é que estas falas remetem para a necessidade que o Homem tem de relatar a sua história.

    o Homem vive com um medo quase constante de ser esquecido.

    ResponderEliminar
  4. também prefiro meios, mas já tenho um longo historial em que isso não me favorece quase nada.

    ResponderEliminar
  5. eu cá acho que sou pés no chão e olhos no céu.
    e bem, se ser existencialista é saber que se existe, talvez também o seja, mas acho que é um sentido bastante superficial.
    considero-me mesmo idealista, sempre com a cabeça na lua e no meu mundo, apesar de ter consciência do que tudo o que me rodeia. os pormenores não me costumam escapar.

    ResponderEliminar
  6. thanks!
    é. e há sempre alguém que acaba por dormir em cuecas no tapete da entrada.

    ResponderEliminar
  7. sim a fé pode muitas vezes constituir um motivo para permanecermos inertes, mas em certas ocasiões acho que pode constituir um fonte de força para agirmos, talvez a fé só tenha realmente valor em situações onde não depende de nós mudar o rumo dos acontecimentos, como no filme.

    e acho que também acredito na fé talvez devido a influência religiosa, mas não acredito que as pessoas só porque têm fé têm necessariamente de esperar que essa crença resolva tudo.

    gostei imenso da frase: às vezes aparecem pérolas que passam muitas vezes despercebidas.

    é isso que as palavras são muitas vezes, e achei interessante, intrigante, engraçado e raro o facto de dares valor á opinião das crianças.

    quando disseste que te vinham boas ideias durante a noite enquanto estás sozinho fizeste-me lembrar da sensação de estar completamente sozinha, adoro quando isso acontece, especialmente quando estou no corredor e parece uma rua infinita e desértica.

    ResponderEliminar
  8. a mente das crianças vista dessa perspectiva torna-se muito mais interessante.

    mas embora ache errado da parte dos adultos desprezar as opiniões das crianças, simplesmente devido á sua idade, também sou da opinião de que as crianças não são completamente inocentes.

    muitas crianças são inclusive “pequenos monstros”, algumas vezes derivado á sua educação, mas nem sempre são os pais os responsáveis por este tipo de comportamento.

    existe um livro que relata histórias verídicas sobre crianças cruéis, que magoam os outros á sua volta incluindo os pais e faz também uma reflexão sobre os seus motivos, O pequeno ditador.

    mas acho que o que muitas vezes não compreendemos é que as crianças apercebem-se das situações que as rodeiam, por ex. quando existem distúrbios familiares, os pais geralmente isolam as crianças desse tipo de problemas, pensando que assim elas não se apercebem da situação, acho isso 1a má escolha, porque elas acabam sempre por compreender que algo está mal e porque se falarmos com elas mesmo que elas não compreendam totalmente o que se passa, pelo menos somos honestos.

    quanto á opinião dessa criança acho que é para já um uso incorrecto da fé. penso que devemos utilizar a fé como fonte de força, ou como algo que nos relembre porque lutamos pelo quer que seja.

    mas, a realidade é que muitos usam a fé como desculpa para não fazer nada.

    e realmente as pessoas têm tendência para colocar fé em forças poderosas como ciência ou religião e relaxam até a solução aparecer, mas eu tenho fé na religião não como uma solução, mas como algo que possa reunir-nos como pessoas.

    pode parecer vulgar, mas os cristãos já foram humildes e todas as outras religiões também já lutaram pela paz, mas deixaram que a ganância e a política interferisse.

    no filme a fé era uma tentativa de dar esperança a Penny de que um dia podia ser adoptada.

    o Outono é uma estação intermédia onde está reunindo the best of both sides, mas sem dúvida prefiro o Inverno, aquele frio insuportável, as chuvadas intensas, poças de água, madrugadas com nevoeiro, noites a fio ouvindo a chuva, as ruas com gente mal humorada e com pressa e chocolate quente.

    estar sozinha é das coisas que mais gosto, nunca consegui compreender porque é que as pessoas precisam tão desesperadamente de alguém ao seu lado, de se verem rodeadas por uma multidão que não nos vê como realmente somos e que maioritariamente nos sorri com um sorriso amarelo e é hipócrita.

    ruas desertas, a sensação de sermos o único ser humano existente, transfere-me liberdade e calma.

    uma vez disseram-me que o ser humano gosta de partilhar os seus momentos com alguém, de se sentir valorizado, porque é que para nos respeitar-mos e gostarmos de nós mesmos temos de ter alguém que nos respeite e valorize também.

    detesto isso no ser humano, a nossa dependência pelos outros.

    ResponderEliminar
  9. eu não acredito que todos tenham compaixão e amor dentro de si.

    não consigo acreditar que pessoas que originam guerras, que violam alguém ou que matam por prazer tenham amor dentro de si, e nem todos têm distúrbio mentais (é uma desculpa frequentemente usada e que me enerva profundamente).

    mas o mais bizarro é que pessoas assim intrigam-me, especialmente serial killers, as mentes confusas, bizarras, assustadoras e inteligentes, porque serial killers não são um criminoso comum, têm esquemas, preferências, crenças e motivos.

    a mente humana é fascinante, e pensar que existe quem ache a psicologia uma perda de tempo.

    quanto á religião respeito a tua posição, a igreja têm bastantes posições e ideais aos quais me oponho, mas a igreja afasta-se bastante da mensagem original de Jesus.

    acho que sou cristã essencialmente devido a Jesus, o facto de saber como ele sofreu, e de ter dado a vida por nós. admiro-o bastante.

    mas a realidade é que hoje em dia existem mais falsos cristãos do que verdadeiros, o casamento é a prova disso. hoje em dia as pessoas casam-se na igreja não por acreditarem na religião em si, mas mais pela cerimónia, a festa e os presentes.

    todas as religiões já iniciaram guerras desnecessárias e causas incrivelmente preconceituosas, mas nada é perfeito.

    acho que o mais gosto na religião que escolhi é facto de ter um amigo verdadeiro, e existirem pessoas que fizeram coisas extraordinárias.

    desculpa não queria dar uma lição sobre religião, é que levo este assunto com seriedade e não como um desporto.

    mas preferia que mais pessoas fossem como tu, admitissem que não concordam com a existência da religião em vez de se resignarem a ela apenas pela sociedade.

    levo muito a sério esse ditado, desde pequenina que penso assim, não aguento estar com pessoas hipócritas, como é óbvio por vezes também eu mesma sou hipócrita, mas tento evitar, acredito mesmo muito na honestidade.

    e acho que também me fui tornando cada vez mais exigente devido a grandes quedas, aprendi que verdadeiros amigos raramente existem, e que tudo o que tem início também tem fim.

    ResponderEliminar
  10. é, é fofito :b
    considerei, só não sei é se estou por s. joão :|

    ResponderEliminar
  11. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  12. Pergunto-me quem não se terá questionado o mesmo ...

    A mesma questão está embutida no ser humano, tal com a reflexão sobre o suícidio, embora ambas desconfortantes já vêm de longe, creio que algo para cessar a curiosidade mórbida ou simplesmente algo que nos conforta para dormirmos a noite.

    ResponderEliminar

Os Reflexos