23 de dezembro de 2009

de Deus

Ele não é louco, ele sabe o que pensa, e não pensa no que pensa.



E BASTA! SIGAMOS COM A DEMONSTRAÇÃO!



o truque não é exposto a montra para todos verem, comprarem e criticarem de forma filosófica/argumentativa, é preciso limpar o pó com cuidado das palavras para as conseguir entender, e mesmo assim, a certeza de que as bebemos cristal, é ainda, areia. Mas tentado a ler teatralmente o diagnóstico, digo, e tenho dito, ele não é louco, a capacidade total da obsessão por algo que nós, vulgares, banais seres que vagueiam pelas sarjetas da humanidade poderíamos chamar insignificante, a capacidade de pensar nessa tal peça isenta de qualquer requinte contemplativo ao ponto de chorar pela miséria que nos causa observa-la sem a compreender, sempre será a verídica obsessão.



A loucura é algo sem desejo de se concretizar por um agente, não a levar artificialmente.

41 comentários:

  1. "ele sabe o que pensa, e não pensa no que pensa."

    ser racional, para depois abdicar da racionalidade e ser o pensamento.

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  2. acho incrível esta reflexão sobre Deus, na medida em que ele permanece como alguém abstracto, mas do mesmo modo assume a sua Humanidade; na minha qualidade de agnóstica, seria incapaz de o fazer, porque a noção de Deus é para mim algo confuso, ou pelo menos a noção que as outras pessoas tem, já que sou uma não-crente. não consigo obter a distanciação suficiente, talvez.

    tendo em conta a tua visão de materialismo,eu sou algo materialista, tenho pequenas coisas guardadas há muitos anos e pretendo que continue a ser assim...mas a tendência é a oposta, globalmente.

    o Apocalypse (também vi o redux) é dos meus filmes favoritos, é daqueles que para mim está no limiar da perfeição, além de criar grande euforia aqui dentro. o Band à Part é interessante, provavelmente o meu predilecto do Godard; mas se queres ver o expoente máximo (na minha opinião) da Nouvelle Vague, vê o Pierrot Le Fou, também dele!

    continua a escrever-me o que vais vendo, gosto de partilhar opiniões cinéfilas, de junkies, como tu dizes :P

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  3. de facto, eu quando vi o Pierrot estranhei imenso, porque já vi cerca de 5 filmes do Godard e são todos a preto e branco...mas vê, é muito bom, apesar de não ser o meu predilecto. eu continuo a achar que o preto e branco tem uma espécie de magia que não sei explicar.. por exemplo, as peças de roupa dos actores; só sabemos se são escuras ou claras, é difícil perceber qual a cor que realmente estavam a usar! mas claro que a cor trouxe vantagens! *

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  4. não sei bem que escrever, mas escrever aqui desejo. Li as tuas palavras e achei que lhes devia uma maior consideração, dignidade e respeito. Deste modo não irei comentá-las, pois poderei estar a não reconhecer o seu devido entender e valor.

    Gostaria de algo contigo.

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  5. Não consigo ver de que forma ou por quem possa ser o pastor mandado, a não ser que estejas a pensar em algum caso especifico, nesse caso qual?

    Sim, gosto bastante de azeitonas e se possível sem caroço. (E tu?)

    "O truque não é exposto a montra para todos verem, comprarem e criticarem de forma filosófica/argumentativa"

    Gostei desta frase, e reconheço que em muitas situações é desta forma que eu lido com elas. Sempre pensei que para compreendermos a vida e o que ela envolve era necessário ser inteligente, culto e racional, porque receava que caso contrário significaria que existia na zona de conforto da mediocridade.

    Acho que a certa altura me esqueci que a vida era um todo, e que viver apenas pela emoção não é ser medíocre, é apenas uma outra forma de viver. Apesar de existirem homens que vivem sem pensar e sem sentir a emoção de viver, são apenas ovelhas.

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  6. Acho que por um lado prefiro estar em dsacordo, no sentido em que existe uma maior partilha de ideias.

    Mas é bom estar de acordo.

    Espero que com o tempo comeces a gostar de azeitonas, especialmente porque as melhores são as do Norte do país.

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  7. The Squid and The Whale é um filme muito mau, com um argumento fraquinho.

    Bom Blogue,

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  8. Damn, Fellini?




    Aqui o bum admira-o muito.

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  9. deus dá nozes a quem não tem dentes e é bem verdade.

    eu só como azeitonas do Norte quando o meu vizinho visita a família e traz algumas.

    entretanto contento-me com azeitonas pingo-doce, também são boas.

    (não posso deixar de me rir pelo facto de estarmos a falar sobre azeitonas)

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  10. a noz estava a concorrer ao guiness?

    acho que todos temos (pelo menos) uma coisa de que não gostamos e que quase toda a gente gosta.

    mas, és a primeira pessoa que conheço que não gosta de azeitonas.

    quem sabe um dia?

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  11. pelo menos a velhota ficava satisfeita, já a noz (nem por isso).

    e visto que estamos a falar de gostos, eu cá não gosto de nozes.

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  12. nunca olhei para elas sob um outro ponto de vista que não comida.

    mas olhas para elas porque te agradam sob o ponto de vista estético ou algo mais?

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  13. sim é verdade.

    era uma boa ideia para os professores de ciências ensinarem a matéria de forma criativa.

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  14. acho que se estivesse naquela aula procurava a porta mais próxima.

    mas era engraçado ver um professor com uma noz do tamanho da que tu viste a explicar o slide.

    o slide mostra o cérebro de um animal? (a figura parece um castor)

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  15. por isso é que uma parte do cérebro é verde escura, era essa a parte que dizia ser um castor.

    coitado, o retro-projector precisa de uma reforma antecipada.

    sempre prevenido com uma máquina fotográfica.

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  16. Pá é assim o filme é previsível demais, e a cada cena tu adivinhas logo a próxima e assim por diante. Tem muito "putedo" esse filme, mesmo a nível psicológico e não físico/visual. Há coisas BEM MELHORES, mas vá não somos nenhuns "Bénards da Costa" para estarmos aqui com isto.


    Vê lá se escreves mais alguma coisa (:

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  17. hmmm... não sei bem. eu gosto mais de trabalhar com o de óleo, apesar de não ter muito jeito com nenhum dos dois. mas acho que se faz trabalhos mais bonitos a seco... não sei bem, é difícil de escolher. mas porquê?

    já agora, e tu?

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  18. ah bom (:

    exacto, os de óleos, quando bem trabalhados são misturas mesmo bonitas. uma amiga minha é rainha dos pasteis de óleo e faz trabalhos lindos. já eu, não vou pelo mesmo caminho. dou-me mais às aguarelas e ao grafite, principalmente.
    mas também gosto muito do efeito do pastel seco. há um artista português, mario bismarck, que faz trabalhos sobre o corpo humano a pastel seco que ficam muito bem mesmo, o pastel seco dá-lhe um toque divinal.

    já agora, uma pergunta que também costumo fazer... com que material gostas mais de trabalhar? grafite, óleo, pasteis, tintas, lápis de cor, etc...

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  19. Este comentário foi removido pelo autor.

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  20. Este comentário foi removido pelo autor.

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  21. planos meaning reger a minha vida em função disso, em tomar dessa ideia uma certeza. como faz grande parte desta sociedade (para além do mais, tenho tido melhor exemplos de felicidade sem esse "contrato escrito" que as pessoas consideram essencial do que com ele)

    compreendo a tua questão, a palavra não foi a melhor para me exprimir, mas queria uma forte relativamente ao assunto.


    de facto, não é uma música que se ouça de ânimo leve, mas quando se escuta a sério é deliciosa.

    (os dois outros comentários acima foram erros meus, resolvi acrescentar umas coisas a este comentário e, por isso, para não ficares com três relativamente iguais, apaguei-os. hope you don't mind)

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  22. caneta preta é do melhor que há... então aquelas mesmo finas, 0.1, deliro x)

    não... da hurt só ouvi mesmo johnny cash e nine inch nails. mas já ouvi falar dessa, tenho que ir ouvir.

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  23. não sou grande apreciadora, apenas gosto da sua melodia, mas obrigado pela recomendação!

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  24. 'e mesmo assim, a certeza de que as bebemos cristal, é ainda, areia.'

    Estou fascinada.

    (A música do blog é uma fuga do Cravo Bem Temperado?)

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  25. Fui procurar e encontrei, é bem bonita.
    Queres uma sugestão :)?

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  26. (Removi o comentário anterior porque resolvi acrescentá-lo)

    Glenn Gould <3!

    Para piano:
    Infelizmente Cd's não tenho o que tenho é no computador :/, mas o que te recomendo como fuga (e a minha escolha não é inocente visto que é o prelúdio e fuga que ando a estudar) é a em dó m, a segunda do 1º volume:

    http://www.youtube.com/watch?v=ZJd72701dI8

    a minha preferência, o Concerto Italiano:

    http://www.youtube.com/watch?v=Qc3KqrKNNck

    Para Violoncelo:

    E sabendo eu que é cliché, mas não me interessa porque eu adoro o Prelúdio da 1ª Suite, é apaixonante!

    :)

    Espero que sejam do teu agrado.

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  27. Gosto mais da versão do Yo-Yo Ma, diria eu mais romântica (http://www.youtube.com/watch?v=dZn_VBgkPNY) mas numa versão mais clássica também gosto do Rostropovich (http://www.youtube.com/watch?v=LU_QR_FTt3E&feature=related)
    e é com eles que deixo de te chatear com as minhas preferências :).

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  28. Depende dos dias... toco piano, não tanto nem tão bem quanto queria, mas esforço-me todos os dias por mudar isso :).
    Então e tu? Violino? O teu pai violoncelo? Deve ser fenomenal :D!

    A partita era-me familiar, mas não conhecia bem; quanto à Aria é divinal, traz-me boas memórias :) Obrigada.

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  29. Eu compreendo, a minha mãe também tocava piano, e deixou...

    É bom saber que há quem sinta como eu :), deixo-te aqui

    http://imslp.info/files/imglnks/usimg/f/f8/IMSLP00823-BWV0988.pdf , a aria

    http://imslp.info/files/imglnks/usimg/6/6d/IMSLP00790-BWV0826.pdf , a partita

    (não sei se já conheces o site... http://imslp.org)

    Espero ouvir-te a tocar um dia :)

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  30. PS: Desculpa a má qualidade da edição, mas na net é difícil arranjar partituras...

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  31. Hm... eu sei como é, já agora estudas onde? Não sei porquê mas diria que tens ar de Gregoriano... mas isso são só divagações minhas :).

    Jazz amador, a sério :)?

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  32. Acho que já tinha ouvido falar...
    Nada disso xD, em Lisboa há o Instituto Gregoriano de Lisboa e conheço algumas pessoas, apenas me fizeste lembrar um amigo meu que estuda lá (eu disse que eram divagações :P...)

    Aqui há uns tempos fiz um workshop de piano jazz e olha que as teclas brancas podem ter muito uso no jazz :), alguma preferência? Gostas do Keith Jarrett? Conheces o Grappelli?

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  33. ainda não me esqueci da(s) história(s) que estás para me contar, nem da promessa que me fizeste :)

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  34. ps. há quanto tempo tens o satie aqui?

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  35. sim, essa promessa parece-me um tanto ou quanto impossível de concretizar, digo-te já. sinceramente, não sei como é que um nome se consegue trazudir para uma melodia.

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  36. aquele poema reflecte a ideia que a poeta tem de ler.

    quanto à viagem (liberdade) ao invés de parecer mais próxima, parece mais distante e todos os dias vejo uma nova corrente intrínseca ao Homem.

    talvez sejamos demasiado cegos para ver para além do sistema. (uma larva para sempre)

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  37. "Levar-nos a terras distantes,
    O mais pobre pode encetar a viagem
    Sem a opressão do trabalho"

    Então nunca nenhum humano vai admitir a sua liberdade, porque os humanos são seres racionais e nunca teremos uma ideia universal.

    O humano é (talvez) uma larva para sempre, porque nunca se liberta do seu casulo, nunca voa livre sem consequências.

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  38. para a menina que estava a falar de cinema em cima e tal como vocês, presumo eu, gostam de cinema deixo aqui a minha crítica ao Godard (apesar de não ma terem pedido).

    Acho o senhor bastante "sanguessuga", o que não lhe tira o mérito de um bom cineasta. Mas sem dúvida "Os 400 golpes", "Jules et Jim" do mestre Truffaut, ou uma "Grande Ilusão" do mestre Renoir ultrapassam o expoente máximo do cinema francês. Se repararmos, o "Band à Part" do Godard tem alguma (muita) influência do clássico "Jules et Jim" de Truffaut, e entre outros filmes.

    Ainda só vi 2 filmes do Jean Luc mas dos que vi fiquei sempre com aquela sensação de... "já vi isto em qualquer lado".




    (aposto que conheces Brahms, right?)
    (o texto está muito bom mesmo!)

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