8 de dezembro de 2009

Registo Pornográfico

É dificil para mim pensar no quer que seja como uma possível grafia, acho que a única verídica grafia foi recordada apenas da memória de quem a imaginou. A partir do momento que a oportunidade de movimento surge, a escrita morre, e consideremos o acto da fala como uma vibração de elementos que eu gosto de classificar como movimento.


Nota, deixar de me impor como modelo da humanidade, imponho-me a mim próprio, e acho isso suficiente, hoje gritei na rua:

-SÃO TUDO MENSAGENS SUBLIMINARES!

uma pessoa de óculos de sol que passeava o seu bebé respondeu-me adiante alguns momentos de silêncio.

-A mensagem era para mim?

Meu querido senhor, "A mensagem é para quem a quiser ouvir".

daqui a ideia de que nem todos querem pensar como eu , ou como ainda outros pensam. E que assim seja, estou disposto a contar histórias a quem desejar ouvir e ver o que digo.



o jogo entre a tradução permanente de pensamentos e línguas é realmente uma mensagem, talvez não subliminar, mas sublime.


A falar, desmaterializo a poesia, e se apenas nesta alimento a sede de prazer, miséria, loucura, a razão de falar torna-se em termos teóricos absurda, em termos práticos insignificante. Gosto de viver com o absurdo e acho que não existe significância, por isso falar, além de desmaterializar a poesia, de aniquilar as suas bases e dogmas (subliminar), concretiza cada movimento, cada oscilação de todo este naco de energia, cada pensamento, cada morte e vida, cada folha, cada livro, cada cada, tudo, tudo e mais se torna, e sempre foi poesia.



O pano desta encenação não é negro, mas translúcido, o acto nunca realmente acaba.

9 comentários:

  1. É mesmo à Henrique... :)
    Eu desejo muito continuar a ouvir as tuas histórias....

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  2. Gostava de te conhecer um dia :)

    Cada cada, tudo tudo...

    Obrigada pelas palavras. Eu as queria ler, tal como a mensagem.

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  3. Porque estou diferente?

    Obrigada pelo conselho, eu vou fazer um esforço para nunca mais pensar em fugir ou a negá-la, pois ele existe e nós fazemos parte dela, logo temos que saber reconhecê-la e lidar com ela.

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  4. Sim, apenas ser.

    Pois, é capaz. Mas acredito que seja diferente pelo facto de aquelas frases serem escritas a pensar numa única pessoa, é escrito para essa pessoa. Por isso ser diferente, penso eu.

    Estava com saudades desta comunicação.

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  5. assim como qualquer outro ser.

    não pude deixar de imaginar o teu momento com o senhor sem deixar escapar um risinho ao tentar ver a reacção do mesmo.

    como pode existir absurdo e significância não?
    se um existe, tem que existir necessariamente o outro, isto se os considerares antónimos.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. não precisas de pedir perdão, aliás, nem percebo porque o fazes.

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  8. 'tudo e mais se torna, e sempre foi poesia.'

    Gostava de ouvir histórias destas todos os dias.

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