11 de julho de 2009

Aracnodactilia

Disse-me um ser inócuo, vive sobre todo o oceano , levitando entre as ondas. As mãos são dois livros abertos. Quando as vejo trepar cordas com uma agilidade que parecendo sobrehumana, são livres e independentes, mergulham no fogo, só para regressar a casa. E realmente têm mais cara que osso, e o potencial das suas pontadas suaves em tudo o que desejamos sentir, esse passa entre espelhos, multiplicando-se ao infinito.



como suaves te as sinto, no meu rosto.

8 comentários:

  1. obrigada.
    também foi numa perspectiva de 'acordar' que encarei aquela frase, já andava com ela na cabeça à uns tempos.


    acho que entendo o que queres dizer, quando escrevo não é com aquela ideia de 'fazer mais um texto para postar no blog sobre qualquer coisa', é mais com aquela de expressar/desenvolver uma ideia ou inspiração que tenho. no final, depois das habituais correcções e tudo mais, olho para o resultado e de facto está ali um texto, e como disseste, é de facto aí que tenho a noção de que escrevi alguma coisa. falo por mim, é claro.

    (já divaguei de mais, não deves ter percebido nada. fica bem*)

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  2. ainda bem, então.

    exactamente! basta uma fotografia, uma música, já me ocorreu até escrever qualquer coisa após observar um par de sapatilhas minhas (sim, é estranho), o resto vem naturalmente.

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  3. muito provavelmente não. mas não posso para sempre ficar agarrada as minhas memórias. Isso seria como crocificar a minha vida para sempre. tenho que ultrapassar o passado e viver apagando todas as memórias, quebrar a regra de as guardar a sete chaves e esquece-las. por agora ainda não foram esquecidas (ainda não tenho força para tal gesto) mas acredito que muito em breve (e o tempo vai engarregar-se disso) vão desaparecer.

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  4. eu tenho uma espécie de aracnofobia, mas só se forem grandes eheh. imaginei uma aranha bem peculiar a percorrer essas dimensões, bem como senti a ponta das suas patas sobre o meu rosto.

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  5. não sei se isso te incomoda, eu acho uma interessante e até bela característica :)

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  6. Peço desculpa pela interpretação errada do texto anterior. Apenas me basei nas origens gregas da palavra eros para interpretar o texto. E como me demonstras-te fi-lo de forma errada.

    Apreciei bastante este texto. Interpretei-o como uma analogia entre mãos e aracnídeos. O toque suave... a carícia. Mas de novo posso ter retirado uma interpretação errada.

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  7. As tuas palavras fazem-me pensar, fazem-me procurar descodificá-las.

    Talvez a (minha) carta não seja queimada porque nunca voltará a ser olhada. Menor mal, ou pior bem, talvez...

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  8. Podemos ser dois a partilhar da mesma ideia por favor?

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Os Reflexos